quarta-feira, 12 de agosto de 2015

VOCÊ CONHECE O BALÃO METEOROLÓGICO?

  Cotidianamente em todos os grandes aeroportos do mundo, no mesmo horário, um balão ganha a imensidão do céu: é o "balão meteorológico".
   Esta ação é levada a termo nas Estações Meteorológicas de Altitude (EMA), equipadas com sistemas destinados a observar e a traçar o perfil vertical de temperatura, pressão, umidade, direção e velocidade do vento nas diversas camadas da atmosfera.
   O balão meteorológico transporta uma radio-sonda dotada de sensores, bem como de um sistema GPS, para precisar os dados de vento em altitude. As informações são transmitidas por antena e colhidas pela EMA, que as codifica e transmite para emprego da Meteorologia Aeronáutica. São informações importantes para o banco de dados do sistema de vigilância meteorológica mundial, da Organização Mundial de Meteorologia (OMM).
   O nosso Blog foi ao DTCEA-CF (Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Confins), onde se encontra uma EMA, para saber tudo sobre o lançamento deste equipamento de extrema importância, pouco conhecido do grande público.
  Como sempre acontece no DTCEA fomos muito bem recebidos no dia 27 de julho, quando tivemos a oportunidade de acompanhar o processo de lançamento, além de receber as informações sobre o "artefato".
  Mas antes do lançamento em si, visitamos a sala do controle meteorológico para conhecer o equipamento, onde fomos recebidos pela Terceiro Sargento Alessandra com a peculiar cortesia militar.


  Após as explicações da Sargento Alessandra nos dirigimos ao local da preparação e lançamento do balão.





   À medida que o balão ganha altitude, ganha também pressão interna. Isso vai ocorrendo de forma contínua até chegar ao ponto de provocar o estouro do mesmo, pois em altas altitudes a pressão externa sobre o balão será menor do que a interna, ocasionando assim, a queda do equipamento.

  Segundo a fonte -ceu-centrodeestudosufologicos.blogspot.com.br- a altitude máxima atingida pelo balão não pode ser prevista teoricamente, em razão de fenômenos aleatórios da atmosfera terrestre. A experiência revela que o mesmo oscila entre 15.000 e 20.000 metros de altura, por um intervalo de tempo que varia entre 5 e 10 horas.
  Como o balão "viaja" ao sabor do vento e de condições meteorológicas diversas e imprevisíveis, também não se pode prever onde o equipamento cairá no seu retorno ao solo.
   Existem relatos de pessoas que, ao ver o equipamento cair, o confundem com algo vindo do espaço e ligam para autoridades, relatando o ocorrido até com elementos fantasiosos.
  Por ser muito leve e equipada com um pára-quedas, a sonda não causa nenhum dano ao atingir o solo.

  O DECEA-Departamento do Controle do Espaço Aéreo, define assim a importância das informações coletadas pela rádio-sonda:

Para o Piloto:

o conhecimento das condições meteorológicas reinantes nos aeródromos de partida e destino é imprescindível para a realização ou não do seu voo. Além disso, ele precisa saber se a operação dos aeródromos vai sofrer alterações por motivos meteorológicos, necessitando, então, de informações precisas relativas ao teto, à visibilidade, ao tempo presente, ao vento, bem como a que horas deverão ocorrer essas mudanças e por quanto tempo prevalecerão.
É imprescindível conhecer as condições em rota: direção e velocidade do vento ao longo da mesma, ocorrência de formação de gelo, de turbulência e tempestades de trovoadas associadas a nuvens cúmulus-nimbus (CB), que possam acarretar desvios de rota e, por consequência, maior consumo de combustível.

Para a Torre de Controle (TWR):

além da visibilidade, é importante saber se a variação do vento interferirá na cabeceira da pista em uso e a que horas isto ocorrerá, bem como se a sua intensidade poderá comprometer a operação.

Para o Controle de Aproximação de Aeródromo (APP):

a formação de trovoadas associadas a nuvens CB requer a previsão da hora de início, duração e sua extensão. Assim será possí­vel avaliar o comprometimento operacional em virtude da limitação do espaço aéreo, ou seja, se o número de aeronaves na área terminal deverá ser reduzido.

Para os Centros de Controle de Área (ACC):

é fundamental, para um ACC, saber quais as rotas aéreas que estão sob a influência de condições meteorológicas adversas, interferindo na operação. Ter a perfeita noção do momento em que novas rotas serão afetadas operacionalmente, qual volume do espaço aéreo será comprometido e o desvio mais seguro nestas condições.
INDO ALÉM:
  Para ter acesso às informações meteorológicas, em tempo real, existe um site que informa a situação em todo o Brasil. É o www.redemet.aer.mil.br
  Ao acessar o link abrir-se-á uma tela com o mapa e esferas representando os nossos aeroportos...

...e, clicando em qualquer uma delas, aparecerá uma janela com todas as informações sobre as condições do tempo daquela localidade.
   O site também oferece muitas informações e serviços inerentes ao tráfego aéreo no Brasil, como cartas meteorológicas, radar meteorológico, entre outras.


Fotos desta matéria: Anselmo Alcântara