O helicóptero é uma aeronave que se presta a diversas missões, em razão dos muitos movimentos que configuram a sua atuação. Ao contrário dos aviões, o helicóptero pode voar para trás e até mesmo pairar no ar e girar no próprio eixo, prestando-se desde ao mero transporte, passando pelo socorro médico, até à manutenção em redes de transmissão de energia elétrica de alta tensão.
As pás que compõem a hélice do helicóptero não são retas. Sua parte superior é curvada, e ao girar, essa estrutura provoca a movimentação mais rápida do ar na parte de cima da pá, diminuindo a pressão do ar exercida nessa região. Todavia, o ar exerce uma pressão maior na parte de baixo, empurrando a aeronave para cima.
Três comandos principais garantem os seus movimentos:
CONTROLE COLETIVO - responsável pela decolagem, ele altera o ângulo de atuação das pás do rotor principal, fazendo com que as mesmas criem mais ou menos pressão, e assim, controlem a altitude da aeronave. O coletivo, na sua extremidade, é operado de modo similar ao de um acelerador de moto, controlando a velocidade da hélice principal.
CONTROLE CÍCLICO - este controle permite movimentar a aeronave em quatro direções: à frente, para trás, esquerda e direita. Normalmente fica posicionado entre as pernas do piloto que deve movê-lo na direção que desejar, fazendo o disco do motor principal se inclinar, aliviando a pressão sobre uma determinada região da hélice.
PEDAIS - quando a hélice do rotor principal começa a girar, o corpo da aeronave tende a girar para o sentido contrário ao da hélice. Esse movimento é chamado de torque. Por isso existe o rotor de cauda, cuja função é proporcionar ao piloto rotacionar o helicóptero em torno do próprio eixo. Os pedais são os responsáveis para "ordenar" as manobras. Quando, por exemplo, o piloto pisa no pedal da direita movimenta a aeronave na mesma direção.
Alguns modelos fotografados em Belo Horizonte e Rio de Janeiro
SCHWEIZER 30
Este é um helicóptero utilitário leve, projetado por Hughes Helicopters. Posteriormente sua produção se tornou responsabilidade da Schweizer Aircraft, com poucas mudanças em sua configuração básica. Em 2009 a Schweizer se tornou subsidiária da Sikorsky, e o modelo foi renomeado como Sikorsky S-300.
É um equipamento muito utilizado para treinamento de pilotos.
Este helicóptero pode voar a até 176 km/h e pertence à EFAI-Escola de Pilotagem
ROBINSON 22
O R22 é também um pequeno helicóptero para duas pessoas, produzido pela Robinson Helicopter. Com um baixo custo de aquisição e operação, o R22 tornou-se uma boa opção para treinamento de pilotos. O seu comando cíclico é uma alavanca em "T" que lembra um guidão de bicicleta, facilitando o acesso à cabine. É equipado com um motor Lycoming 0-360-A2B, de 4 cilindros horizontalmente opostos, que utiliza gasolina de aviação.
R-22, o pequeno grande aliado do futuro piloto
Controles e instrumentos do R22 (fotos Henrique Celso)
ROBINSON 44
Esta aeronave é um monomotor a pistão, impulsionado por um motor Lycoming IO-540, podendo transportar com razoável conforto um piloto e três passageiros. Projetado para transporte executivo, de passeio e de turismo, é muito usado em coberturas jornalísticas por emissoras de televisão em transmissões ao vivo e também por emissoras de rádio. Em Belo Horizonte algumas emissoras o utilizam para dar notícias do trânsito em tempo real.
O Raven II é a versão mais moderna e foi lançada em 2003, com a introdução do sistema de injeção eletrônica de combustível.
Tem autonomia para alcançar a distância de 555 km voando a 214 km/h.
Robinson R44 Raven II fotografado em SBPR
ROBINSON 66
O Robinson 66 mantém muitas das características do projeto do R44. As diferenças notáveis são o melhor desempenho, o quinto assento e amplo compartimento de bagagens. É equipado com um motor Rolls-Royce RR300, alcança 648 km a uma velocidade de cruzeiro em torno de 231 km/h.
PP-LHC (Realiza Holding S.A.) em SBPR
ESQUILO
Esta aeronave é montada em Itajubá, pela empresa Helibrás, em atividade no Brasil desde o ano de 1978, mantendo instalações em Atibaia/SP, Brasília/DF, Itajubá/MG, Rio de Janeiro/RJ e São Paulo/SP.
A Helibrás é a responsável pela produção, venda e pós-venda no Brasil de aeronaves da Airbus Helicopters, e é controlada pela Airbus Group.
Na fábrica de Itajubá são produzidos diversos modelos que atendem ao segmento civil, governamental e militar, já tendo vendido mais de 750 aeronaves para o mercado nacional. Esta unidade foi ampliada em 2012, aumentando sua capacidade operacional.
O modelo abaixo é um AS350B2 que, com tanque standard, tem autonomia para voar 4h24min.
O PT-HAG pertence ao Itaú Unibanco S/A
PR-RGA em procedimento de decolagem no Aeroporto Carlos Drumond de Andrade
AS-365N3 DAUPHIN 2
Este é um polivalente helicóptero bimotor de peso médio, atualmente produzido pela Airbus Helicopters. Seu projeto original foi desenvolvido e fabricado pela francesa Aerospatiale, incorporada pela Eurocopter durante os anos 1990, que em 2014 teve o nome mudado para Airbus Helicopters, alavancando a marca da divisão Airbus.
Desde que entrou em produção no ano de 1975, o modelo tem produção contínua, já ultrapassando os 40 anos.
Em cruzeiro voa a 269 km/h e tem autonomia para 4h10min.
O PR-DTG pertence ao Gabinete Militar do Governo de Minas Gerais
AGUSTA AW139
Equipado com dois motores Pratt & Whitney PT6C-67C, na versão corporativa tem capacidade para transportar 15 passageiros. Na versão VIP transporta confortavelmente até 8 passageiros.
É uma aeronave de médio porte, fabricada pela Agusta Westland, empresa ítalo britância. O design original foi desenvolvido em conjunto pela Agusta e Bell Helicopters, sendo comercializado inicialmente como Agusta-Bell AB139. Quando a Bell deixou o projeto, foi rebatizado de AW139. Tem autonomia para 1250 km voando no máximo a 310 km/h, em teto de 20000 pés.
O PR-OHJ é operado pela Omni Taxi Aereo S/A e foi fotografado em Jacarepaguá (SBJR)
SIKORSKY S62A
Esta aeronave, fabricada pela Sikorsky Aircraft, é equipada com dois motores General Eletric
CT7-8. Em cruzeiro voa a 280 km/h, tem autonomia para 999 km e opera sob o teto de
15000 pés.
PR-JBK fotografado também em SBJR
EC-145
O Eurocopter EC-145 tem o rotor de cauda bem mais alto, o que dispensou a carenagem de proteção. É equipado com duas turbinas Turbomeca ARRIEL 1E2 e pode transportar até nove passageiros. Pode alcançar a velocidade de 268 km/h e operar a até 5200 metros. Voa por instrumentos (IFR) e tem piloto automático.
Mas também é muito usado em emergência médica, busca e salvamento, como é o caso do PR-UEA do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, configurado para emergências. Um desfibrilador, réguas de oxigênio, um oxímetro e uma bomba de infusão, são alguns dos equipamentos de socorro à bordo, cuja equipe de operações é formada por um médico, um enfermeiro, um operador do sistema de equipamentos médicos e dois pilotos.
O PR-UEA chegando de mais uma missão no hangar do BOA (Batalhão de Operações Aéreas)
As portas traseiras facilitam a entrada da maca - Parte dos equipamentos de socorro médico
SUPER COUGAR
O Eurocopter EC725 Super Cougar, também chamado de Cougar Mk.II ou Caracal, é uma aeronave rápida equipada com dois motores de turbina Turbomeca Makila 2A. Transporta 2 tripulantes, 29 passageiros e voa a 262 km/h. A FAB e a Marinha Brasileira tem algumas unidades desta aeronave, sendo que duas delas integram o 1º Esquadrão do GTE, que opera os aviões e helicópteros para atendimento à Presidência da República.
N-7106 da Marinha Brasileira fotografado em SBBH durante visita da Presidente Dilma em campanha política de 2014
O VH 36 8505 é o EC725 vip da Presidência da República. Esta aeronave foi entregue à FAB em julho de 2012 e fotografado em SBBH durante a campanha política de Dilma Rousseff
INDO ALÉM DOS NOSSOS AEROPORTOS
CHINOOK
O Boeing CH-47 Chinook é um bimotor de grande porte, utilizado para movimentação de tropas, artilharia e reabastecimento em campo de batalha. Possui uma larga rampa de carregamento na parte traseira da fuselagem e três ganchos para transporte externo de cargas. O nome de batismo é uma homenagem à índios americanos e voa em em velocidade máxima de 315 km/h.
O Chinook foi projetado e produzido inicialmente pela Boeing Vertol no início da década de 1960, posteriormente Boeing Rotorcraft Sistems.
A não existência do rotor de cauda se deve ao fato de possuir dois rotores principais, os quais giram em direções opostas.
O Chinook se presta ao transporte de cargas e também ao salvamento (fotos: www.boeing.com)
BELL BOEING V-22 OSPREY
Esta é uma aeronave militar capaz de decolar e pousar como helicóptero e voar como avião, ou seja, seus motores podem ser posicionados na posição vertical para operar como helicóptero (asa rotativa) e na posição horizontal para voar como avião (asa fixa).
Em 1981 teve início o seu processo de desenvolvimento, que custou 35 bilhões de dólares e foi entregue às empresas Bell Helicopter e Boeing Helicopters para produzirem juntas a aeronave.
O primeiro V-22 voou em 1989 e após sofrerem algumas alterações devido a dificuldades técnicas que provocaram atrasos no programa, as primeiras unidades foram entregues às Forças Armadas dos Estados Unidos em 2007 e foram usadas pela primeira vez no Iraque em 2009.
É operado por um piloto, um co-piloto e dois engenheiros de voo. Pode transportar até 32 soldados, ou 9070 quilos de carga interna, ou 6800 quilos de carga externa em gancho duplo, ou ainda um veículo M1161 Growler.
É equipado com 2 motores turboshafts Rolls-Royce Allison T406/AE 1107C-Liberty, uma metralhadora M240 de 7,62mm, uma metralhadora M2 Browning .50 e uma metralhadora opcional GAU-17 Minigun de 7,62mm.
V-22 pousando no USNS Robert E. Peary, navio da Marinha Americana (Foto: pt.wikipedia.org)
Imagens do Osprey com os motores em diferentes posições
SKYCRANE
Existem outras aeronaves de grande porte que são verdadeiros guindastes aéreos, movimentando cargas medidas em toneladas, como é o caso do Skycrane que pode içar e transportar até um tanque de guerra. Com dois motores Pratt &Whitney T73-P-1, pode chegar a 240 km/h e alcançar 370 km de distância em teto de 5600 metros.
Esta é a versão militar da aeronave - Foto: Avioners.net
A versão comercial do Skycrane é muito usada na montagem de
torres de transmissão de energia elétrica. (Foto: Google imagens)
KAMOV KA-50
Este helicóptero é, na verdade, uma arma. Foi desenvolvido na década de 1980 e introduzido no serviço ativo das Forças Armadas da Rússia em 1995.
Considerado um dos helicópteros mais avançados do seu tipo, é armado com uma metralhadora de 30mm, além de lançadores de mísseis ar-terra, embora seja capaz de atingir alvos no ar.
O fato de não ter rotor de cauda se deve à característica "contra-rotação", um sistema co-axial rotor que funciona com dois conjuntos de hélices sobrepostas, girando em sentidos opostos, fazendo com que uma elimine o torque da outra. (Foto: http://pt.wikipedia.org)
KAMOV KA-52
O KA-52 Alligator é um biposto evoluído a partir do KA-50. Graças ao sistema de rotores coaxiais o Alligator é mais manobrável que qualquer outro helicóptero de ataque, com exceção do seu irmão KA-50 que, no entanto, é superado pela quantidade de armas que equipam o KA-52.
A capacidade de sobrevivência e segurança da tripulação é o ponto mais relevante dessa aeronave. A estrutura da cabine é capaz de resistir a disparos de 23mm e as janelas a disparos de 12,7mm. As áreas vitais como estrutura coaxial, hélices e o tanque de combustível são projetados suportar disparos de 23mm. O tanque ainda possui um sistema anti-explosão e anti-vazamento, composto por um condicionamento auto selante poroso, um preenchimento de cobre e sistema de extinção de incêndio. Além disso tudo, as hélices são preparadas para resistir a vários impactos de 23mm, tendo capacidade de voo seguro mesmo após terem sido atingidas.
É uma aeronave ao mesmo tempo bela e assustadora. Foto: www.defesaaéreas.blogspot.com.br
O KA-52 conta com assento ejetor K-37-800 para maior segurança dos pilotos, ou seja, antes disso ele ejeta as hélices para possibilitar a ejeção do piloto.
O assento é equipado com kit de sobrevivência NAZ-7M, um bote salva vidas e, claro, o sistema de paraquedas.
O Alligator possui elevado nível de automação de sistemas e um conjunto glass cockpit que reduz a carga de trabalho dos tripulantes nas múltiplas tarefas que pode realizar.
Foto: www.defesaaéreas.blogspot.com.br
Mi-12
De acordo com o Guinness Book o soviético Mil Mi-12 é o maior helicóptero já construído. Também conhecido como W-12, utiliza um esquema de dois rotores transversais que elimina o rotor traseiro. É uma aeronave enorme, cuja distância entre os discos dos rotores é de quase 67 metros, mais do que a envergadura de um Boeing 747. Em agosto de 1969 esta aeronave ergueu 54.025 quilos a uma altura de 2.225 metros, estabelecendo record mundial.
Um dos Mi-12, de registro CCCP-21242/H-833, fez uma demonstração no show de Le Bourget (Paris) em 1971.
O helicóptero, equipado com 4 motores Soloviev D-25VF, voava em velocidade máxima de 260 km/h, mas não alcançou suas especificações de projeto e o programa teve seu fim com apenas três aeronaves construídas.
Este está exposto no Museu Monino da Força Aérea Russa, distante 50km ao leste de Moscou
OBSERVAÇÃO: esta matéria traz alguns dados sobre as aeronaves mas não tem a pretensão de ser uma fonte técnica. Trata-se de um texto elaborado por aficionados para aficionados da aviação, com informações obtidas diretamente em hangares e outras de domínio público nos sites especializados.
Fontes de pesquisa:
Batalhão de Radiopatrulhamento Aéreo da Polícia Militar de Minas Gerais
BOA - Batalhão de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
NOA - Núcleo de Operações Aéreas da Polícia Civil de Minas Gerais
www2.anac.gov.br/aeronaves/cons_rab.asp
www.tecmundo.com.br
www.ainonline.com
www.boeing.com
www.gigantesdomundo.blogspot.com.br
www.defesasaereas.blogspot.com.br/