Naturalmente todo passageiro que gosta de aviação, deseja um voo sob um céu de brigadeiro e tempo cavok, de preferência à janela para apreciar detalhes do solo; das formações de nuvens;
do acionamento de flaps; ailerons; spoilers;
ver bairros conhecidos
e até admirar parte do centro da cidade, que no caso destas duas fotos, trata-se de Belo Horizonte.
Em CNF, atualmente, quando a decolagem é efetuada pela pista 16 com destino a aeroportos do sul ou do centro oeste do país, o ideal é um assento do lado direito do avião, possibilitando ver o aeroporto no procedimento de saída, já em certa altitude.
Mas esta é uma matéria sobre voos em dias chuvosos, quando o céu se tinge de cinza, elaborada por sugestão da In Press Porter Novelli Assessoria de Imprensa GOL, para pessoas nem tão habituadas com os procedimentos aéreos ou conhecimentos específicos da área, no intuito de esclarecer alguns aspectos e tranquilizar os que têm algum receio em voar quando a natureza resolve limpar a nossa atmosfera.
Para isso vamos abordar procedimentos de segurança em caso de chuva, na ordem sugerida por Ludmilla Marchionni.
POUSO
As aeronaves percorrem uma distância maior na pista para a frenagem, já que a água da chuva reduz o atrito das rodas.
Se o Comandante perceber repentina piora no clima é orientado a arremeter, ou seja, aplica potência aos motores e não pousa naquele momento, iniciando uma nova aproximação ou mesmo uma órbita (voo em círculo na altitude determinada pela Torre de Controle), aguardando uma melhora nas condições climáticas para efetuar o pouso.
PLANO DE VOO
Quando se trata da segurança de uma aeronave, o despachante operacional de voo desempenha um papel crucial. Na verdade, o piloto e o despachante operacional de voo trabalham juntos, um no ar e o outro no chão, tendo uma série de responsabilidades compartilhadas.
Eles apuram, entre outros detalhes, a quantidade de combustível a bordo, o peso máximo da aeronave, as condições meteorológicas da rota e quais aeroportos poderão ser usados em emergência, ou alternativa de pouso caso não seja possível efetuá-lo no aeroporto de destino. Neste último caso a aeronave pousa no aeroporto opcional, onde aguarda a melhoria nas condições climáticas, para então se dirigir ao destino com segurança.
TORRE DE CONTROLE
Além de gerenciar pousos, decolagens e o taxiamento dos aviões, a torre determina as condições de funcionamento do aeroporto.
Quando o acúmulo de água na pista ultrapassa 3 mm, pousos e decolagens são suspensos. O mesmo acontece quando a visibilidade fica prejudicada e o teto (altura entre o solo e a base da mais baixa camada de nuvens) está abaixo de 200 pés (60m), caracterizando-se o "teto baixo" e o pouso fica comprometido e desaconselhável.
EQUIPAMENTOS DE BORDO
Além de receber previamente as informações climáticas, os pilotos contam com um radar meteorológico na aeronave. Este equipamento analisa até a intensidade das gotículas de chuva para calcular a visibilidade na rota.
As aeronaves que atuam na ponte aérea, também possuem um sistema de navegação via satélite, que auxilia nos pousos com visibilidade e teto baixos no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
DECOLAGEM
As condições da pista e a intensidade da chuva, entre outros fatores de segurança, são considerados no cálculo para a decolagem. Momentos antes de a decolagem acontecer, complexas análises como temperatura, pressão e vento na pista, além de carga e passageiros, são realizadas para encontrar o peso máximo que permitirá à aeronave ter uma performance segura.
Se nuvens de tempestade, cumulus nimbus, forem presentes na região do aeroporto, a companhia é instruída a adiar ou cancelar a operação.
CONSIDERAÇÕES
As atividades aéreas têm como foco a segurança e precisa ser realmente uma preocupação constante, não desprezando qualquer detalhe que por ventura possa comprometer a segurança de um voo. Assim, às vezes torna-se necessário atrasar a partida, ou a decolagem para garantir uma maior separação entre aeronaves no espaço aéreo.
Em voo podem ocorrer turbulências de menor ou de maior intensidade, gerando um desconforto para os passageiros, mas nada que comprometa a segurança do voo.
A turbulência é um fenômeno atmosférico, podendo variar levemente a altitude do avião, sendo mais comum quando se ultrapassa uma camada de nuvens. Pode ocorrer também com o céu limpo, sendo causada por correntes térmicas ou convectivas; diferenças do relevo; variação da velocidade do vento em zona frontal e até alterações na temperatura e pressão atmosférica.
Todavia, as aeronaves são concebidas e projetadas para suportar a situação, sendo testadas incansavelmente antes de serem colocadas à disposição das companhias aéreas.
Viajar com o cinto afivelado é a forma correta para não ser surpreendido por uma turbulência de maior intensidade. Via de regra o comandante avisa com antecedência a ocorrência. Se estiver no sanitário ou no corredor da aeronave, retorne imediatamente ao seu assento.
Portanto, planeje sua viagem com antecedência e desfrute a comodidade da viagem aérea, vencendo distâncias em curtos espaços de tempo!