No dia 25 de fevereiro saiu do hangar o protótipo do EMB190 E2, esta nova geração de jatos comerciais da Embraer, que contará também com os modelos EMB-175 e o EMB-195.
Mas antes de falar sobre o tema, devemos passar pelo "Centro Histórico", um espaço onde se faz presente a história da Empresa em murais cronológicos, maquetes dos modelos produzidos, livros e material impresso de relevante valor histórico, além de muitas maquetes como as da foto abaixo.
UMA PINCELADA DE HISTÓRIA
Em 19 de agosto de 1969 foi criada a Embraer-Empresa Brasileira de Aeronáutica S/A, companhia de capital misto e controle estatal. A fabricação de aviões teve seu início em 1970, com o Bandeirante. Entretanto, o projeto deste avião é anterior à criação da Embraer, tendo o início de seu desenvolvimento em junho de 1965, no Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento, órgão do CTA-Centro Técnico Aeroespacial.
Em outubro de 1968 foi realizado o primeiro voo de teste do Bandeirante. Concluído o primeiro protótipo, havia o desafio da produção seriada e a comercialização da aeronave. Como se apresentou satisfatório, o programa foi aprovado pelo governo, e, no dia 19 de agosto de 1969, foi criada a Embraer, destinada inicialmente à fabricação seriada do avião Bandeirante, designado como EMB-100. Apesar do bom desempenho da aeronave, entre o início do projeto e o final da década de 1960, verificou-se uma mudança no mercado e os oito lugares oferecidos pelo avião não atendiam à demanda. A equipe de projetistas da Embraer reformulou então o projeto e criou o EMB-110, com doze assentos. Com isso o EMB-100 não foi mais fabricado, limitando-se a três protótipos.
Em apenas 10 anos a Embraer já atingira outro patamar tecnológico, colocando no mercado o EMB312 Tucano, além do programa AMX em cooperação com as italianas Aeritalia e Aermacchi. Todavia, o símbolo maior desse momento foi o Brasília, um turbo hélice pressurizado, ainda presente em grande número na América do Norte.
No ano de 2010 a empresa, em um reposicionamento estratégico, passou a se chamar Embraer S/A, abrangendo em seu projeto social tanto o setor aeroespacial, como também os sistemas de defesa, segurança e energia.
Em junho de 2012 a Embraer, em parceria com a Azul Linhas Aéreas e a GE, realizou voo experimental com o Embraer 195, utilizando combustível renovável a partir da cana de açúcar, capaz de reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
Seguindo o plano de diversificação, em 2013 foi criada a Embraer Sistemas, com sede no Rio de Janeiro, atuando no desenvolvimento e integração de sistemas complexos para setores de aviação e defesa, além de segmentos de petróleo, gás e naval.
O ROLL OUT DO E190-E2
A Embraer preparou uma cerimônia que em nada ficou devendo a cerimônias similares, recebendo convidados brasileiros e de muitas outras partes do mundo, inclusive com muitos chineses presentes, potenciais clientes Embraer.
O evento teve início com sobrevoos, em baixa altitude, de vários modelos de aeronaves fabricadas pela Embraer, arrancando efusivos aplausos dos presentes a cada passagem.
Impressiona a quantidade de funcionários da Embraer e a perceptível vibração e alegria de todos durante o evento. É notório o orgulho dos trabalhadores em fazer parte de uma grande empresa e ver o seu trabalho pronto e reconhecido.
Após os rápidos discursos de praxe (proferidos em inglês), e os sobrevoos que integraram a cerimônia, os portões do hangar foram lentamente abertos para mostrar o novo E190-E2.
Antes de falar sobre as inovações do novo projeto, algumas imagens do Roll out:
AS INOVAÇÕES DA FAMÍLIA E-2
Certamente, no primeiro momento, o motor e a as asas chamam a atenção. O motor pelo seu maior tamanho e as asas pela ausência de winglets, mais finas e também maiores.
A Embraer desenvolveu uma asa em forma de gaivota, com uma envergadura maior em cinco metros. O projeto permitiu dispensar winglet sem comprometer a economia. Esta nova asa tem espessura relativa menor, o que produziu o desafio de acomodar todos os aviônicos.
Com as inovações de projeto o E-2 promove uma economia de até 24% por assento e 25% de redução na manutenção da aeronave, com autonomia para 2.450 milhas náuticas, que corresponde a cerca de 4.540 quilômetros. Todavia, esta asa não será a mesma para o 175 e o 195. Cada um dos modelos da Geração E2 terá uma asa otimizada particularmente.
Uma novidade no interior da aeronave são as poltronas assimétricas, que previne o choque de cotovelos. Os monitores, maiores, terão cinco polegadas.
ALGUNS DETALHES DA AERONAVE
ALGUNS DADOS DO PROJETO E2 CONSTANTES NO RELEASE EMB
O programa E2 foi lançado em junho de 2013, obedecendo à política da Embraer em investir continuamente na linha de jatos comerciais, buscando manter a liderança de mercado neste segmento.
Este programa prevê investimento de 1 bilhão e setecentos milhões de dólares americanos. O investimento possibilitou o desenvolvimento de asas mais avançadas aerodinamicamente, motores de última geração e controles de voo totalmente "fly-by-wire", além de avanços em outros sistemas. Como resultado, a Empresa entrega um produto com melhorias significativas no consumo de combustível, custos de manutenção, emissões de gases e ruído externo.
O avião apresentado, no dia 25 de fevereiro, é um dos quatro protótipos que serão usados na campanha de certificação do jato E190-E2.
Outros dois aviões estarão envolvidos na campanha do E195-E2 e três na do modelo E175-E2. O 190-E2 tem previsão para entrar no mercado no primeiro semestre de 2018. O 195-E2 e o 175-E2 têm entrada em serviço programadas, respectivamente, para 2019 e 2020.
PREÇOS DE LISTA (2016):
E175-E2: US$50,8 milhões
E190-E2: US$58,2 milhões
E195-E2: US$65,6 milhões
OS HORIZONTES DA NOVA FAMÍLIA E2
Desde o lançamento a Embraer recebeu 640 pedidos, dos quais 267 firmes e de 373 opções e direitos de compra, tendo entre os clientes companhias aéreas e empresas de leasing.
Um dos mais promissores mercados para os jatos brasileiros é a China. Entretanto, graças ao bom desempenho das aeronaves fabricadas pela empresa brasileira, a Embraer tem uma conta de setenta companhias aéreas em cinquenta países. Entre os clientes estão a Azul, Air France, Air Canada, American Airlines, British Airways, Lufthansa, entre os demais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Primeiramente é premente agradecer à Embraer pela oportunidade de participar de um evento tão importante, não só para a Empresa, como também para o progresso do Brasil.
Presenciar a apresentação do protótipo foi quase como fazer parte do contexto, autorizado pela satisfação em constatar que o nosso país tem profissionais qualificados e envolvidos com o trabalho sério e progressista.
Sem sombra de dúvida e, sem medo de errar, podemos afirmar que a Embraer é o orgulho brasileiro. Empresa esta que nasceu a partir do sonho de um menino da cidade de Bauru (SP), que atendia pelo nome de Oziris Silva, cuja paixão pela aviação o fez lutar sagaz e tenazmente para criar uma fábrica de aviões comerciais em seu país. Esta Empresa, a partir de 2010, ampliou seus horizontes e hoje nos dá o orgulho e a satisfação de ver uma indústria brasileira na liderança do seu segmento de mercado.
É gratificante notar a satisfação no rosto de cada funcionário, desde o colaborador da limpeza, ao seu Presidente e CEO, Paulo Cesar de Oliveira.
Parabéns, EMBRAER, tempo cavok e céu de brigadeiro para os voos seguintes!
Fontes de pesquisa: Centro Histórico Embraer
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