Situado à avenida Marechal Fontenelle nº 2000, no Campo dos Afonsos "berço da aviação militar", na cidade do Rio de Janeiro, o Museu Aeroespacial (também conhecido pela sigla MUSAL), nasceu da ideia de um museu aeronáutico no ano de 1943, quando o então Ministro Salgado Filho determinou sua organização. Todavia o projeto foi interrompido e ficou adormecido por falta de local disponível.
No governo do presidente Emílio Garrastazu Médici, o Tenente Brigadeiro do Ar Araripe Macedo, fez uma exposição de motivos e convenceu o presidente da importância de um museu aeroespacial. Através do Decreto 72.553, foi então criado o Núcleo do Museu Aeroespacial em 31 de julho de 1973.
Em janeiro de 1974 iniciaram-se os trabalhos de restauração do prédio e hangares da antiga "Divisão de Instrução de Voo" da Escola de Aeronáutica.
Iniciou-se então a coleta de acervo, restauração de aviões, motores, armas e outras peças de valor histórico.
Visitamos o MUSAL em um nublado sábado de julho no ano de 2014, dia de instrução de paraquedismo, coincidência que nos proporcionou uma bela e inesperada recepção.
O C-130 "despeja" os paraquedistas
Uma atividade de treinamento e instrução, aos nossos olhos se tornou uma atração.
Logo na entrada do MUSAL, para nossa surpresa, encontramos uma pista de pouso para aeromodelismo, local onde os aficionados tem liberdade e segurança para a prática desse hobby, com aeromodelos elétricos e carburados. O espaço é coordenado pela Associação Carioca de Aeromodelismo (www.acarj.com.br/).
Uma pista de brincadeira que reproduz as condições da realidade.
Um conjunto de baterias automotivas garante o recarregamento das baterias dos aeromodelos
Ainda do lado externo do MUSAL já nos deparamos com algumas aeronaves que fizeram a nossa história aeronáutica.
Em primeiro plano um Curtiss-WrightC-46 Commando, muito usado na 2ª guerra mundial
Até um Breguinha se faz presente na exposição externa.
Já entrando no interior do MUSAL nos deparamos com vários modelos que muitos da minha geração não conheceram, mas impecavelmente restaurados. Não mostraremos todos eles pois a matéria ficaria muito longa, mas sim, alguns para aguçar a curiosidade dos nossos leitores em visitar o MUSAL, pois é um passeio que vale a pena.
Beechcraft D175 "Staggerwing"
Não poderia faltar uma réplica do 14Bis...
...como também do Demoiselle 20
Depois de passar por esse salão, somos conduzidos para subir uma escada e passar por uma aula visual de história, com reprodução de cenários de época até com estátuas de cera. Muitos nichos da história são ambientadas para que se respire uma atmosfera de aviação, locais esses que nos fazem esquecer do mundo exterior e mergulhar na imaginação, sendo o visitante induzido a voltar no tempo e se sentir como um privilegiado expectador dessa história.
O escritório de Santos Dumont é uma das ambientações reproduzidas no andar superior do MUSAL. Infelizmente a foto fica prejudicada pelos reflexos produzidos pelo vidro, à frente do nicho, que o protege dos visitantes que gostam de "pedir emprestado" um souvenir.
Outro nicho histórico é o que retrata o P-47 Thunderbolt e os pilotos brasileiros em Pisa-Itália
Uma grande sala de armas até da segunda guerra mundial é uma das atrações.
Chegando ao final deste segundo andar, somos naturalmente conduzidos aos hangares onde estão as demais aeronaves. Nesse local o tempo fica parado e os aficionados da aviação não sentem fome nem sede. Exemplares das aviações militar e civil brilham aos olhos do visitante e uma vontade incontida de tocar e entrar nas aeronaves se manifesta. Mas, naturalmente, isso não é possível, com exceção de um DC-3 aberto à visitação.
O Douglas DC-3
Interior do DC-3
Cockpit do Douglas DC-3. Mais uma vez a foto fica prejudicada pelos reflexos provocados pelo vidro que impede a entrada do visitante e a retirada de souvenirs.
Mostraremos algumas aeronaves que fazem parte do acervo deste importante reduto da nossa história aeronáutica:
Catalina
Electra II
Vector
North American AT-6D, já usado na FAB pela Esquadrilha da Fumaça.
Jaguar GR.1
WACO CSO
O MUSAL expõe também vários modelos de motores, alguns até com cortes para viabilizar a visão de componentes internos. Alguns deles estão dentro de um caixote acrílico, provocando reflexos que prejudicam a foto.
Allison V-1710 F10R - Curtiss P-40 - 12 cilindros em V
Curtis P-40 11 com corte
Mirage III
Motor radial de um P47D Thunderbolt
Um Rolls Royce do EMB 145
O Museu Aeroespacial, inaugurado em 18 de outubro de 1976, integra o Campus da Universidade da Força Aérea, UNIFA e está subordinado administrativamente ao Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica, INCAER, desde o ano de 1986.